Santa Dimpna
Nome Completo
Dymphna
Nascimento
615 - Oriel
Falecimento
30/05/655 - Gheel
Canonização
15/05/620
Memória Litúrgica
15/05

No coração da Bélgica, na cidade de Geel, repousa uma história de fé e compaixão. Neste local de história rica, uma figura santa, Santa Dinfna, ergue-se como padroeira e protetora das almas afligidas pela depressão e doenças mentais.

Santa Dinfna era uma jovem filha de um rei pagão irlandês. Após a perda de sua mãe cristã, Dinfna, com apenas 14 anos, foi secretamente batizada. Com a orientação do Padre Gerebernus, seu confessor, ela tomou a corajosa decisão de fugir para longe de seu pai, que desejava substituir sua falecida esposa por sua própria filha.

A fuga de Dinfna a levou a um refúgio nas profundezas da floresta de Geel, na atual Bélgica. No entanto, a tragédia se abateu sobre ela quando seu pai a alcançou. Diante da constante recusa de sua filha, ele ordenou a decapitação não apenas de Dinfna, mas também do Padre Gerebernus, que a acompanhava.

As descobertas arqueológicas revelam que os corpos de Dinfna e Gerebernus foram sepultados em sarcófagos brancos dentro de uma caverna. Os fragmentos desses sarcófagos e um tijolo inscrito com "MA DIPNA" ainda podem ser vistos em Geel. No século XIII, as relíquias de Dinfna foram transladadas para uma igreja na mesma cidade, onde permanecem até hoje, enquanto as de Gerebernus são veneradas em Xanten, Alemanha.

A história de Santa Dinfna não terminou com sua trágica morte, pois uma série de milagres começaram a ocorrer em seu local de martírio. Ela se tornou conhecida por sua intervenção divina na cura de pessoas afligidas por doenças mentais, possessões demoníacas, epilepsia e sonambulismo. Suas relíquias também eram consideradas milagrosas, e sua imagem é frequentemente associada a uma espada, o instrumento de seu martírio, e a um demônio acorrentado aos seus pés.

Em tempos medievais, Geel testemunhou a chegada de peregrinos de toda parte em busca de cura e conforto espiritual. A demanda crescente levou à construção de uma casa de acolhimento em 1286, marcando o início de uma tradição única. As autoridades eclesiásticas convocaram os cidadãos de Geel para compartilharem o fardo de cuidar dos pacientes, e assim, as famílias locais abriram suas portas para receber e assistir os peregrinos.

Esse gesto altruísta evoluiu ao longo do tempo, transformando-se em um sistema precursor das "Casas família" modernas. No século IX, um verdadeiro instituto psiquiátrico surgiu em Geel. Até os dias atuais, a cidade pratica cuidados avançados, envolvendo os pacientes em atividades manuais durante o dia. A tradição de acolher pessoas doentes como membros adicionais da família ou amigos ainda perdura em muitas casas de Geel.